Os
distúrbios renais são ocasionados por infecções, lesões, tumores, formação de
pedras (cálculos renais), paralisia, problemas cardiovasculares, envenenamento
por substâncias químicas como mercúrio (Hg) e tetracloreto de carbono (CCl4)
etc.
Uma
das doenças renais mais comuns é a glomerulonefrite, em que há lesões dos
glomérulos renais, com grave prejuízo da função dos rins. Uma das causas é a
destruição dos glomérulos pelo próprio sistema de defesa do corpo, o sistema
imunitário.
Por motivos ainda não totalmente conhecidos, alguns glóbulos
brancos do sangue passam a produzir anticorpos que atacam os glomérulos renais.
Uma vez que o próprio sistema imunitário volta-se contra o organismo, fala-se
que esse tipo de glomerulonefrite é uma doença autoimune.
Em casos graves, pode
levar à progressiva perda das funções renais, tornando necessário fazer
hemodiálise ou um transplante renal.
Cálculos
renais: conhecidos popularmente como pedras nos rins, são pequenos grãos, formados,
em sua maioria, por sais de cálcio, que se alojam nos rins ou em outras partes
do sistema urinário e causam dores muito fortes (as cólicas renais).
São
removidos por cirurgias ou quebrados com ondas de choque (litotripsia) para que
possam ser eliminados pelo organismo.
O
sistema urinário também pode ser atacado por germes, que provocam nefrite
(infecção nos rins), uretrite (na uretra) ou cistite (na bexiga).
Se
as funções renais estiverem muito prejudicadas, pode ser necessário recorrer à
hemodiálise. O sangue do paciente circula por um rim artificial, no qual há
tubos com membranas mergulhados em um líquido que contém glicose, sais minerais
e outras substâncias que, geralmente, estão presentes no sangue.
As membranas
deixam passar as excretas do sangue e impedem a saída dos glóbulos e das
proteínas. Como o líquido possui (na mesma concentração que o sangue) glicose,
sais e outras substâncias necessárias ao organismo, apenas a ureia, o excesso de sais e outros produtos com concentrações anormais saem do sangue. Esse processo
precisa ser feito, em média, três vezes por semana para manter o paciente
saudável. Em alguns casos, é necessário o transplante de rim.
O
transplante renal pode ser obtido por um doador morto ou vivo. É necessário
certa compatibilidade entre os sistemas imunitários do doador e do receptor,
para tentar evitar a rejeição do rim implantado.
Mesmo assim, o receptor de um transplante tem de tomar permanentemente medicamentos para reduzir parcialmente
a ação de seu sistema imunitário, evitando a rejeição. Só não há rejeição
quando o transplante é feito entre gêmeos univitelinos (idênticos).
Fonte: GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências –
Nosso Corpo. São Paulo: Editora Ática, 2013.
Fonte: AMABIS & MARTHO. Biologia dos
organismos. São Paulo: Editora Moderna, 2010.